domingo, 10 de novembro de 2013
Ser ou não ser - criativo
A criatividade é um processo dúbio. Pois depende. Depende de quem cria, de quem julga e principalmente para quem se cria. Seja na arte, na moda, no design, na música, a criatividade é um estado permanente de enquadramento. Pois como já dito, depende, de quem cria; se você já possui certa notoriedade, a criatividade também será um reflexo do seu passado criativo. Afinal, também é possível viver das glórias criativas de outras épocas, em que aquela ideia genial bateu a tua porta. Por exemplo.
Também depende de quem julga. Sim, sua criatividade precisa ser colocada a prova, precisamos de um olhar "treinado" para carimbar o passaporte criativo. Para este alguém, o que julga, valeria a pena um texto a parte. Por hora, um breve olhar sobre este crítico olhar. Quem julga, julga porque sabe, sabe se aquilo é bom ou não. Ou não. Só sabe se aquilo é pertinente ao seu repertório, ao seu eu. Assim como o filhote da dona coruja, a criatividade pode ser assim, criativa. Se for um reflexo, uma cria daquilo que julgo certo, correto, familiar, sendo Eu, o ser que detém o poder. de julgar, nomear.
Seria então, a criatividade um fruto da mesmice neste caso? Talvez. Isso depende. Depende de quem julga. Afinal, leva tempo para se enxergar o novo. Os navegantes portugueses que aqui chegaram e nos descobriram, não eram vistos na paisagem marítima por nossos ancestrais indígenas. Talvez, e isso também depende do ponto de vista de quem lê, aquilo fosse inovação demais para uma cultura tida como tão simples. Criatividade que transborda assusta. Vaza, se esparrama. Dai não se controla, não se tem referencial para julgar. Por isso que depende. De quem julga, se arrisca. De apontar o que se vê como algo criativo.
Ainda temos a dependência de para quem se cria.
Crio para o meu eu, para satisfazer minha demanda pessoal? Saciar meu desejo criador, meu ego. Dar vida além do que sou, transbordar pois não me completo ou não me encerro em mim? Pode ser. E é importante que se saiba isso. Polpa se sofrimento, em querer que o outro se veja no meu eu.
Ou não. Crio sim para o outro, para que se complete na história, para que se encontre, que compre. E isso também depende. Do outro. Do cliente, do publico, do consumidor. Seja lá como deseja chama-lo. O outro. Isso depende do quanto eu o coloco na minha criação. O quanto ele participa do processo. Afinal. É para ele. E me satisfaço nisso. O outro pode ser também aquele que julga. Crio para ele. Ou as vezes, produzo para ele. Isso muda? Muda. A produção pode ser um processo automático, sem vida, sem personalidade. Sem criação. Mas isso também funciona. A satisfação esta no outro, ele se completa naquilo. Por que conhece. Se vê. O único perigo é você não se vê mais. Perder a criatividade, produzir tão somente. E ainda receber os louros, criativos. Do que o outro vê.
É preciso criar, sim. É preciso sobreviver. Também. Talvez, e mais uma vez isso depende de cada um. Seja preciso equilibrar. A história que eu conto, com a história que desejam ouvir. E neste processo talvez esteja a verdadeira criatividade. De se adaptar aos meios e ainda se manter por inteiro.
segunda-feira, 19 de agosto de 2013
Dando um trato no Shape
Nada como tempo ocioso para aflorar o lado criativo. Só que não.
Outro dia perambulando pela galeria do Rock, resolvi entrar em uma loja de skate para ver se conseguia comprar um shape e fazer uma arte nele.
Descobri que não era tão fácil assim conseguir um shape lisinho, sem nenhuma arte. Então perguntei para o vendedor, que estava trocando o shape no final da vida de um cliente por um novo, se ele sabia onde eu poderia conseguir um.
Para a minha alegria, o cliente me deu seu velho shape, e eu voltei pra casa com uma missão, dar um trato no shape e produzir alguma ilustração nele.
A idéia do que seria eu ainda não tinha, mas já sabia que queria colar jornal japonês. Dai, definir o tema, uma Geisha, foi um pulo.
Então fui atras de jornal japonês, goma arábica para colar o jornal, lixa para dar o acabamento nas bordas e paciência. Sim, para esperar a cola secar.
Passado o penoso tempo de espera, bora desenhar. Primeiro lápis, depois canetinha laranja, pois não enxergava nada só com o lápis. Algumas horas depois já tinha o desenho todo no shape.
A próxima etapa foi colorir. Usei um pouco de tinta acrílica, para deixar o jornal amarelado e para deixar a pele da Geisha mais branca. Um pouquinho de vermelho e azul e pronto. O acabamento final ficou por conta das canetinhas. E por fim o bom e velho "branquinho" para fazer as flores no kimono.
Arte feita! Fiquei contente com o processo. Mas como todo artista metido a besta, no final não estava tão feliz assim com a obra. Fiquei questionando um detalhe aqui e o outro ali. Faz parte. Assim a gente não se acomoda e acha que esta tudo perfeito.
Uma mão de spray fixador e pronto. Só pendurar a obra na parede da sala e curtir.
Agora é correr atras do próximo shape, do próximo tema e do próximo lugar onde pendurar o negócio.
Alias, aceito doações de shapes velhos.
Fica a dica.
quarta-feira, 26 de junho de 2013
Fashion R.I.P.
E assim começa a saga de editoriais de moda junto com os alunos da FMU. Se estou satisfeito? Muito!!!
É muito gratificante ver a conclusão de um trabalho que rendeu mais do que 365 dias de pesquisa, ajustes, muito suor e talento. Este foi o primeiro de uma boa série de projetos bem realizados. Muito ousado eu diria, principalmente pela escolha da locação, o Cemitério da Consolação, em São Paulo. E a ousadia não parou por ai, afinal a proposta criativa da dupla nada mais foi do que "chapéus". Uau, não tinha como não dar certo este editorial.
Inicio então com este post uma nova fase neste blog, tão parado nos últimos meses mas ainda sedento por criatividade, amor e dedicação é claro. Que todos curtam.
É muito gratificante ver a conclusão de um trabalho que rendeu mais do que 365 dias de pesquisa, ajustes, muito suor e talento. Este foi o primeiro de uma boa série de projetos bem realizados. Muito ousado eu diria, principalmente pela escolha da locação, o Cemitério da Consolação, em São Paulo. E a ousadia não parou por ai, afinal a proposta criativa da dupla nada mais foi do que "chapéus". Uau, não tinha como não dar certo este editorial.
Inicio então com este post uma nova fase neste blog, tão parado nos últimos meses mas ainda sedento por criatividade, amor e dedicação é claro. Que todos curtam.
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013
Olhar urbano
Nada melhor do que dar um giro por ai e ver a cidade por trás de uma câmera. Treinar o olhar sempre é bom, nos ajuda a entender melhor o espaço, a forma. E também o vazio.
Penso que as imagens falam mais do que estas palavras.
Então...
Penso que as imagens falam mais do que estas palavras.
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